O império das medidas provisórias e a proteção do mercado no Brasil em tempos de pandemia

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Authors
Cardoso Squeff, Tatiana
D'Aquino, Lúcia Souza
Targa, Maria Luiza B.
Authors
Date
2021
Datos de publicación:
Revista Chilena de Derecho y Ciencia Política, Vol.11, Nº2, 9-43, 2020
Keywords
Covid-19 - Consumidor - Brasil - Medidas provisionales
Collections
Abstract
Durante a pandemia de Covid-19 e diante da crise por ela gerada, nada mais natural que um governo atue na tentativa de conter não só o alastramen-to do vírus na sociedade, mas igualmente para mitigar as consequências dire-tas e indiretas por ele causadas nas mais diversas áreas, com especial atenção àquelas mais vulneráveis. O caso do Brasil não seria diferente se as medidas arquitetadas no âmbito do Poder Executivo não fossem largamente voltadas para setores e pessoas f ísicas e jurídicas que não necessariamente deveriam ser “socorridas” da forma como restou estipulado. Em vista disso, esse texto tem como objetivo discutir quatro Medidas Provisórias - MPs 925, 948, 958 e 966 - publicadas pelo Executivo brasileiro voltadas a proteção do mercado em de-trimento da defesa do consumidor durante a pandemia, a fim de expor, a partir do método indutivo-dedutivo e de uma análise analítico-descritiva, o seu teor e verificar as suas incongruências, em especial, frente ao texto constitucional. Ao cabo, atento à Constituição de 1988 e à condição por ela reconhecida para a proteção da dignidade humana daquele que consome, conclui-se que o Poder Executivo deveria pugnar pela sua defesa em primeiro lugar mesmo em meio à crise múltipla corrente, o que não é o caso das MPs comentadas, cuja incons-titucionalidade demanda que as mesmas não sejam transformadas em Lei pelo Congresso Brasileiro.
Durante la pandemia del Covid-19 y ante la crisis que generó, nada más natural que un gobierno actúe en un intento por contener no solo la pro-pagación del virus en la sociedad, sino también para mitigar las consecuencias directas e indirectas que provoca en las áreas diversas, con especial atención a los más vulnerables. El caso de Brasil no sería diferente si las medidas diseña-das en el ámbito del Poder Ejecutivo no estuvieran dirigidas en gran medida a sectores y personas naturales y jurídicas que no necesariamente deberían ser “rescatadas” en la forma estipulada. Ante esto, este texto tiene como objetivo discutir cuatro Medidas Provisionales – MPs 925, 948, 958 y 966 – publicadas por el Ejecutivo brasileño con el objetivo de proteger el mercado a expensas de la protección al consumidor durante la pandemia, con el fin de exponer, desde el método inductivo-deductivo y análisis analítico-descriptivo, su contenido y verificación de sus inconsistencias, especialmente en relación con el texto constitucional. Al fin y al cabo, atenta a la Constitución de 1988 y la condición que reconoce para la protección de la dignidad humana de quienes consumen, se concluye que el Poder Ejecutivo debe esforzarse por su defensa en primer lugar incluso en medio de la actual crisis múltiple, que este es el caso de los diputados comentados, cuya inconstitucionalidad exige que no sean transfor-mados en ley por el Congreso brasileño.
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